Fé
Homenagens a Santo Antônio são realizadas de forma inédita
Em decorrência da pandemia, festa do santo casamenteiro acontece em sistema de drive-in neste sábado
Jô Folha -
A tradicional festa de Santo Antônio, uma das três que compõem o calendário junino, será realizada de um modo diferente este ano em Pelotas. A pandemia do coronavírus alterou a celebração, mas não impedirá a sua realização. A missa em homenagem ao santo casamenteiro acontecerá neste sábado na Estância do Laranjal, situada na avenida Adolfo Fetter, 5000, e será a primeira em um sistema de drive-in.
A missa será presidida pelo padre Enéias Carniel, pároco da Igreja Santo Antônio. As comemorações começam com uma procissão, que se inicia às 14h, e tem como ponto de partida a igreja que leva o nome do santo, localizada na avenida José Maria da Fontoura, 777, no Laranjal, em direção à Estância. No local onde acontecerão as celebrações, há permissão para receber até cem carros, o que traz uma expectativa de 400 fiéis acompanham as festividades. "Estou bem animado. É uma oportunidade que mais pessoas façam sua devoção, possam participar junto, isso é muito importante. Poder celebrar Santo Antônio em um momento de tanto isolamento é muito bom. É significativo para que as pessoas possam sentir esse carinho e esse cuidado. É uma data importante", destacou o padre Enéias Carniel.
A bênção e o tradicional pãozinho do santo casamenteiro estão confirmados a partir das 15h30min. Até esta sexta-feira, já haviam sido distribuídas 90 senhas para acompanhar a celebração na Estância do Laranjal, o que corresponde a quase todo o espaço disponível. O local tem uma relação especial com a igreja. Foi de lá que saiu a imagem de Santo Antônio que hoje está presente na paróquia e que deu o nome da comunidade. O outro fator que motivou a realização da cerimônia na estância foi, justamente, as restrições de quantidade de pessoas. "Se fizéssemos na paróquia, só poderiam comparecer 30 pessoas. Resolvemos fazer na estância em sistema de drive-in, como outras paróquias tem feito no Brasil, mas ainda não havia sido realizado no Rio Grande do Sul. Lá, conseguimos uma licença para cem carros e se cada automóvel for com quatro pessoas, isso possibilita que mais fiéis participem, o que é uma das vantagens desse sistema", explica o coordenador da comunidade, José Apodi Dourado.
O tradicional tríduo de Santo Antônio, que acontece todos os anos, teve de ser modificado nesta edição. Anualmente, ele se realiza em três celebrações na Igreja Santo Antônio. As adversidades e as restrições da quantidade de pessoas em decorrência da pandemia fizeram com que acontecesse cinco missas nas igrejas da paróquia. No primeiro dia, as celebrações aconteceram na Igreja Nossa Senhora de Lourdes, no Balneário dos Prazeres. O segundo dia trouxe uma missa na Igreja Nossa Senhora de Fátima, localizada no Recanto de Portugal, e outra celebração na comunidade Nossa Senhora dos Navegantes, na Z3, marcou o terceiro dia das festividades. A Paróquia Santo Antônio foi a sede da missa na última quinta-feira e uma celebração na comunidade do Valverde encerrou as atividades antes do ponto máximo dos ritos, que acontece neste sábado. "Em razão da proporção de pessoas que podem participar, fizemos as missas nas comunidades. Levamos a imagem do santo e conduzimos estas celebrações. Algumas puderam receber mais pessoas em função do tamanho, mas não deixamos passar", contou o padre.
Arrecadação de cobertas
O mês de junho também marca uma ação por parte dos membros da comunidade. Estão sendo arrecadados cobertores, que serão entregues a instituições como o Pronto-Socorro de Pelotas (PSP), o Hospital Espírita e o Asilo de Mendigos de Pelotas. As primeiras levas já foram entregues ao Instituto de Menores Dom Antônio Zattera (Imdaz) e a famílias cadastradas na paróquia que se encontram em situação de vulnerabilidade social. Os cobertores podem ser entregues na Paróquia Santo Antônio entre 14h e 17h. É possível entrar em contato pelo telefone (53) 3226-3023 para agendar as doações, que até o momento, já somam 400 cobertores arrecadados.
O santo casamenteiro
Nascido Fernando Antônio de Bulhões, em Lisboa, Portugal, em 15 de agosto do ano de 1195, pertencia a uma família nobre e rica. O pai era oficial do Exército, enquanto que Antônio sempre gostou de estudar e de ficar mais recolhido. Aos 19 anos, entrou para o Mosteiro de São Vicente dos Cônegos Regulares de Santo Agostinho e após foi transferido para Coimbra, onde ficou por dez anos e foi ordenado sacerdote. Lá, conheceu os freis franciscanos e foi morar no mosteiro de São Francisco de Assis, onde tornou-se o frei Antônio.
Ficou conhecido como o santo casamenteiro após um episódio no qual ele atendeu uma noiva que havia brigado com seu parceiro nas vésperas do casamento. A situação não ia bem e ela pediu a intercessão do sacerdote. Santo Antônio conversou com a mulher, com o noivo e conseguiu resolver a questão do casal. Após a participação dele, os dois reataram a relação e se casaram.
Reconhecido como padroeiro dos pobres e santo dos milagres, fez muitos ainda em vida. Durante suas pregações nas praças e igrejas, muitos cegos, surdos, coxos e muitos doentes ficavam curados. Houve também um episódio no qual foi ignorado pelos fiéis e passou a pregar para um rio, que logo encheu-se de peixes para ouvi-lo propagar a palavra de Deus. Faleceu em Pádua, na Itália, em 13 de junho de 1231, com 36 anos. Por isso ele é conhecido também como Santo Antônio de Pádua.
Aconteceram tantos milagres após sua morte que, 11 meses após, ele foi beatificado e canonizado. Sua canonização foi realizada pelo papa Gregório IX, na Catedral de Espoleto, em 30 de maio de 1232, sendo o processo mais rápido da história da Igreja. Em 1934, foi declarado Padroeiro de Portugal. No ano de 1946 foi proclamado Doutor da Igreja pelo papa Pio XII.
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